Corpos Ardentes

Por traz da máquina

A fria máquina

Capaz de despertar sentimentos humanos

Desejos, tesão, prazer,

Os corpos ardem

Desejam-se

Já não é tão fria assim

Dedos transforman-se em órgãos

Solidão em eternidade de carícia

Como se esconder?

As teclas tomam vida

A tela forma

Já não se sabe se humanas ou animais

O desejo desperta o cheiro mesmo longe

A mente se desprende para um lugar onde não se sabe

Ligados em uma rede de magia

Já não existe solidão

Só desejo do conhecimento

As teclas já não são o suficiente

A distância já não é tão longe

O prazer domina

O tesão é maior

É preciso fazer parte da máquina

Domina-la

Tomar a forma humana

Entregar-se ao desconhecido

Sentir o toque

Não mais das teclas

Mas das mãos no corpo

Da pele na pele

Não são correntes elétricas agora

Mas de sangue em ebulição

Que explode em gemidos

Do doce prazer do sexo

A máquina fria

Tornou-se corpos ardentes

Que jamais serão os mesmos!

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